quarta-feira, 12 de junho de 2013

Rolou uma Química Entre nós ??

A Química do Amor.


O sentimento não afeta só o nosso ego de forma figurada, mas está presente de forma mais concreta, produz reações visíveis em nosso corpo inteiro. Se não fosse assim como explicar as mãos suando, coração acelerado, respiração pesada, olhar perdido o ficar rubro quando se está perto do ser amado? 

Sem querer diminuir aos vossos olhos a força e beleza de tão nobre sentimento, a verdade é que o “Amor” é um complexo fenómeno neurobiológico, baseado em atividades cerebrais que incluem o desejo, a confiança, o prazer e a recompensa e envolvem a ação de um número elevado de mensageiros químicos.

Afinal, o amor tem algo a ver com a Química? Na verdade O AMOR É QUÍMICA! Todos os sintomas relatados acima têm uma explicação científica: são causados por um fluxo de substâncias químicas fabricadas no corpo da pessoa apaixonada. Entre essas substâncias estão: adrenalina, noradrenalina, feniletilamina, dopamina, oxitocina, a serotonina e as endorfinas.



Viu como são necessários vários hormônios para sentir aquela sensação maravilhosa quando se está amando? 

1. A dopamina produz a sensação de felicidade,

2. A adrenalina causa a aceleração do coração e a excitação. 

3. A noradrenalina é o hormônio responsável pelo desejo sexual entre um casal, nesse estágio é que se diz que existe uma verdadeira química, pois os corpos se misturam como elementos em uma reação química. 

Quando duas pessoas estão apaixonadas, existe mesmo química entre elas: os cientistas já encontraram muitas relações diretas entre os compostos químicos que circulam no nosso sangue e atuam sobre o nosso cérebro e os nossos comportamentos nas diversas fases do Amor.

Numa primeira fase, o desejo sexual é despertado pela circulação dos hormônios  sexuais, iniciada na adolescência: a testosterona nos homens e o estrogénio nas mulheres.



Mas acontece que essa sensação pode não durar muito tempo, neste ponto os casais têm a impressão que o amor esfriou. Com o passar do tempo o organismo vai se acostumando e adquirindo resistência, passa a necessitar de doses cada vez maiores de substâncias químicas para provocar as mesmas sensações do início. 

E porque ninguém consegue manter-se eternamente assim, passamos à terceira fase do Amor, a fase de ligação, garantida pela presença de dois hormônios que se libertam durante o ato sexual: A Oxitocina – chamada de hormônio do carinho – e a vasopressina, cuja presença é aparentemente indispensável para garantir a fidelidade dos parceiros sexuais.


Química Forense



Química Forense: A utilização da química na pesquisa de vestígio de crime

A atuação das forças policiais no combate ao crime no Brasil dá-se de um modo geral em três vias concomitantes: 

1) O policiamento ostensivo, realizado pelas forças policiais militares de cada Estado, o qual compreende o confronto físico direto com os criminosos;
2) A investigação policial, realizada pela polícia civil;
3) A pesquisa de vestígios em cenas de crime, realizada pela polícia científica.

Para os apaixonados das séries policiais na TV, a importância da química na investigação criminal não é uma surpresa. Mas hoje vamos falar da ciência por detrás da ficção.


A análise da cena de crime

Os locais de crime, bem como os elementos de interesse pericial nele contidos devem ser fotografados do modo como foram encontrados pelo perito ou levantados por meio de desenhos esquemáticos, plantas que são previstas no código de processo penal.

Os vestígios encontrados na cena do crime (peças, instrumentos de crime, substâncias químicas etc.) devem ser analisados e interpretados pelo perito e reportados de modo descritivo em um relatório denominado laudo técnico-pericial. Assim, entende-se por levantamento técnico-pericial do local do fato a reprodução fiel e minuciosa do espaço físico onde ocorreu um evento de interesse judiciário, bem como da importância de cada vestígio coletado e sua relação com o fato criminoso (Block, 1979; Else, 1934).



A verdade é que um cientista forense é frequentemente um químico! E isto porque a análise dos resíduos de pólvora, fios de cabelo ou vestígios de sangue podem ligar um suspeito ao local do crime. É acima de tudo um processo que utiliza as técnicas da química, os instrumentos desenvolvidos para a química e os métodos de resolução de problemas dos químicos.

De fato, a moderna investigação criminal põe à prova os limites e as capacidades da chamada Química Analítica: um ramo da química que se dedica a identificar as quantidades de substâncias presentes numa amostra.

Veja como exemplo: Você já leu o rótulo de uma garrafa de água para saber quantos miligramas de cálcio, sódio ou potássio essa água contem, então já usufruiu dos resultados da química analítica.

E as análises ao sangue? Química analítica

Os desenvolvimentos da química analítica permitem detectar a presença de substâncias em quantidades ínfimas através de uma serie de técnicas capazes de reconhecer as características específicas de cada substância.


Os exames laboratoriais

Após a etapa de coleta de vestígios, cabe ao perito criminal proceder à análise laboratorial dos mesmos. Tais análises podem ser realizadas utilizando-se métodos físicos e químicos. Como exemplos de métodos físicos, podem ser citados: a pesagem de peças e amostras, a determinação de ponto de fusão de substâncias sólidas, visualização de elementos ocultos utilizando-se lentes de aumento (lupas e microscópios óticos) e fontes de luzes especiais (ultravioleta e polarizada), dentre outros.



Quando a determinação da natureza de uma substância química torna-se necessária, ou quando existe a necessidade de detecção de traços de determinadas substâncias químicas de interesse forense, torna-se
imprescindível à utilização de métodos químicos de análise, sendo tais análises químicas o tema principal deste trabalho.

Por exemplo, com a cromatografia (uma técnica que permite separar os diversos componentes de uma amostra) é possível detectar quantidades de amostra absolutamente diminutas, da ordem dos nano gramas por mililitro. (Nm/ml)



E quanto é isso? Menos do que um pacote de sal dissolvido numa piscina olímpica.
 
No caso dos metais, podemos ir 10 vezes mais longe. Utilizando uma técnica de vaporização da amostra a 10 mil graus Celsius, é possível, por exemplo, detectar a presença de um metal tóxico num fio de cabelo numa proporção equivalente a apenas um grama do metal em 4 piscinas olímpicas.

Mas o grande desafio da química analítica aplicada à investigação criminal vai para além da identificação da presença de drogas, explosivos ou venenos. Trata-se de caracterizar os materiais encontrados no local do crime e identificar a sua origem.

Na verdade, a composição de materiais como fragmentos de vidro, vestígios de tinta, fibras têxteis, papel ou a própria tinta usada para escrever uma carta pode fornecer pistas muito relevantes na investigação de um crime.

A utilização de técnicas analíticas combinadas permite, inclusive, identificar a origem geográfica ou a data de fabrico de muitos materiais. E embora as populares séries de televisão exagerem por vezes as capacidades das técnicas ao alcance dos investigadores, a verdade é que o contínuo desenvolvimento da química analítica está, cada vez mais, a aproximar a realidade da ficção.




terça-feira, 11 de junho de 2013

A Química do Chocolate



Alguns dos prazeres mais sublimes que temos na vida só existem graças à química. 



O chocolate é um alimento feito com base na amêndoa fermentada e torrada do cacau. Sua origem remonta às civilizações pré-colombianas da América Central. A partir dos Descobrimentos, foi levado para a Europa, onde popularizou-se, especialmente a partir dos séculos XVII e XVIII.




O chocolate atual é o resultado de um longo processo de descobertas, experiências e inovação e durante os próximos minutos, vamos conhecer alguns passos importantes que o tornam tão delicioso!

Talvez não saiba, mas a semente de cacau que é colhida do fruto está muito longe de ter o aroma e o sabor que associamos ao chocolate.

O primeiro processo indispensável para formação das substâncias responsáveis pelo sabor do cacau é a fermentação destas sementes, a qual envolve várias reações químicas.

Mas o que importa reter é que é durante este processo que a proteína de reserva das sementes começa a ser decomposta nos seus aminoácidos constituintes.

O passo seguinte é a torrefação, que permite a  evaporação da água e de alguns compostos de cheiro e sabor desagradáveis dos grãos de cacau. Mas a verdadeira maravilha química da torrefação é a cascata de reações que ocorrem entre os aminoácidos formados na fermentação e os açúcares presentes no grão. Estas reações dão origem aos compostos responsáveis pelo aroma e sabor do chocolate (aldeídos, ésteres, cetonas, furanos) e formam também os compostos que dão a cor castanha ao grão.



Antes de podermos desfrutar das delícias do chocolate, falta ainda uma última etapa:

 A cristalização. O principal responsável pela textura do chocolate, a manteiga de cacau, pode cristalizar de seis formas diferentes, uma propriedade designada por polimorfismo.

O polimorfismo é um arranjo diferente das moléculas para formar o estado sólido, mas desse arranjo resultam diversas propriedades físicas como a cor, o brilho e a temperatura de fusão.

Das seis formas de polimorfismo possíveis para o chocolate só uma tem as características que os consumidores apreciam: apresenta uma superfície sedosa, tem uma textura suave e derrete-se à temperatura da língua.

Infelizmente, esta forma mais saborosa não é a forma mais estável e o último desafio dos fabricantes de chocolate é garantir que todo o chocolate cristalize na forma correta. Isto só se consegue através de um ciclo de aquecimento e arrefecimento com temperaturas muito controladas.
Se deixar o seu chocolate ao calor, perderá esta forma tão especial e o chocolate vai parecer-lhe sem sabor  e difícil de derreter na boca.
Conserve o seu chocolate à temperatura adequada para não desperdiçar os prazeres da química!

sexta-feira, 7 de junho de 2013

A QUÍMICA DAS ESTAÇÕES DO ANO.


Há cores que associamos naturalmente às quatro estações do ano: O colorido das flores na primavera, o castanho no inverno, o azul do céu no verão. Mas hoje vamos falar da química das cores do outono!
No outono, as folhas das árvores abandonam o verde e brindam-nos com uma bela paleta de amarelos e castanhos, a que se juntam tons laranja, vermelho e roxo. E a química explica por que!
A cor verde das folhas deve-se ao pigmento clorofila. As moléculas de clorofila absorvem a luz do sol na região do vermelho e do azul e, portanto, a luz refletida pelas folhas tem falta destes dois tons e vemo-la apenas como verde!


A clorofila não é uma molécula estável e tem de ser continuamente sintetizada pelas plantas, o que exige sol e calor.
Com o outono, chegam os dias de frio e de pouca luz. E qual é a consequência disto?
Nas plantas de folha caduca a produção de clorofila para e o tom verde desvanece, permitindo assim que se vejam outros pigmentos também presentes nas folhas. Um destes pigmentos é o caroteno, que absorve luz na região do azul e azul-verde, refletindo-a depois como amarela. Os pigmentos de caroteno são bastante mais estáveis que a clorofila, e quando esta começa a desaparecer das folhas, são os carotenos que lhes dão a coloração amarela dourada.
No terceiro grupo de pigmentos presentes nas folhas estão às antocianinas, que absorvem a luz desde o azul até ao verde vivo. Assim, a luz refletida pelas folhas que contém antocianinas aparece avermelhada!
As antocianinas resultam de uma reação com os açúcares das células vegetais. A acumulação progressiva de açúcar leva à síntese de antocianinas no final do verão, criando assim os tons avermelhados das folhas de outono.

E mais uma curiosidade: este grupo de pigmentos é também responsável pela cor das rosas, das uvas pretas e dos chamados frutos vermelho!
De fato, a paleta de cores do outono é muito dependente do estado do tempo. As baixas temperaturas e a fraca luz do sol destroem a clorofila ao mesmo tempo em que promovem a formação de antocianinas, que por sua vez também depende da concentração de açúcares nas folhas, a qual aumenta com o tempo seco.
Por outras palavras, as cores mais brilhantes de outono são obtidas com dias secos e ensolarados seguidos de noites frias!
E assim mostrámos como a beleza do outono é também a beleza da Química!